Através de uma solicitação da Fundação Cultura de Castanhal ( Funcast ), orgãos de segurança pública, representantes da Secretaria de Trânsito e Transportes ( Semutran ), Secretaria de Saúde, Secretaria de Infraestrutura, Secretaria de Assistência Social, Conselho Tutelar e moradores do Apeú , se reuniram no auditório da Semas para discutir a realização de domingueiras de Carnaval.
O secretário da Semutran, Coronel Elder, considerou o evento inviável já que envolve uma questão de segurança pública. Ele justificou seu argumento dentro da constitucionalidade de qualquer manifestação popular e cultural que devem obedecer critérios básicos de organização.
O comandante do Corpo de Bombeiros, tenente coronel Olímpio, também sugeriu a não realização das domingueiras já que as ocorrências aumentam com os acidentes e casos de embriaguez. “Não podemos considerar Carnaval uma cultura da aparelhagem em via pública, que não respeita o sossego e a tranquilidade da maioria dos moradores do Apeú”, ressaltou Olímpio.
O sub-comandante do quinto batalhão da polícia militar, Major Prata, também sugeriu que as domingueiras precisam ser reestruturadas e que o principal problema são as pessoas que se infiltram no evento para praticar delitos. “O nosso papel é tentar na medida do possível controlar os excessos e determinar o fim do evento dentro dos padrões legais”, disse Major Prata. Para o Delegado Temer, que responde pela regional do salgado, os organizadores tem que ser identificados e um projeto consistente tem que ser apresentado seguindo critérios que não perturbem a ordem pública e que não incentivem a violência.
Uma estatística feita pela Polícia Civil que houve um aumento considerável de crimes durante o carnaval de 2016. Representantes do Conselho Tutelar complementaram ainda um problema grave que envolve a venda de bebidas alcoólicas para adolescentes. Baseado em todos esses argumentos, o Secretário de Saúde do Município, Silvan Silva, também apresentou dados do aumento de internações no hospital municipal e na UPA 24 horas durante o período das domingueiras de Carnaval.
Ele alertou que a secretaria não tem condições de assumir qualquer responsabilidade de urgência e emergência com esse aumento inesperado de demanda. “Nossa secretaria passa por problemas financeiros e recebemos o Hospital e a Upa com várias deficiências que estamos tentando resolver a curto prazo”, ressaltou Silvan. O próprio sub-prefeito do Apeú, Raimundo Matos, complementou que mesmo sendo uma manifestação popular, as domingueiras precisam de ajustes e claro de uma organização adequada. Comerciantes, ambulantes e representantes da vila do Apeú enviaram um oficio a Funcast, solicitando o apoio para a organização das domingueiras. Eles explicaram que o evento já existe há mais de dez anos. Eles parabenizaram a Fundação Cultural pela iniciativa de discutir de forma democrática a realização da pré- folia na Vila do Apeú.